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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LUCIANA BARRETO
(BRASIL – DISTRITO FEDERAL)

Brasília
é poeta, jornalista, resenhista, ensaísta e vem atuando
como professora de Teoria Literária e de Literaturas
Brasileira e Portuguesa na Universidade de Brasília —
com Mestrado e Doutorado pela mesma instituição.
Tem poemas publicados em Mallamargens, Gueto, Germina,
Ruído Manifesto, Traços e Escrita Droide, além de integrar
algumas antologias, a exemplos de As mulheres na literatura brasileira (Ed. Arribaçã), Tempos adversos
(ArtLetras) e Quando os peixes voam (Lumme Editor).
Organizou a coletânea No meio do fim do mundo —
89 poetas hoje
), em 2023.
O seu livro solo — Nunca é casto o fio do poema — está
em fase final de edição.
Em 2022, esteve na cidade de Paraty, Rio de Janeiro,
onde recebeu a distinção de menção honrosa na premiação
OFF FLIP de Poesia, em 2023, ficou entre os finalistas.
Também já atuou como jurada em prêmio de poesia.

 

DANIEL, Claudio.  NOVAS VOZES DA POESIA
BRASILEIRA. Uma antologia crítica.
  Capa: Thiti
Johnson.  Cajazeiras:  Arribação, 258 p.  
ISBN 978-85-6036-3333365-6

 

PALAVRA

De sua haste madura
— fruto desprendido —
a palavra guarda
a espera que se cumpre
a colheita inevitável
ao sol impossível
do meio-dia
a palavra se abre
por vezes, líquida
— irresistível
por outra, pétrea
— impenetrável
palavra
palavra
ora escapa
erodida
gasta
ora explode
florescida
refeita
[e nada apaga o papiro]
palavra-ave-palavra

guardiã do tempo
abrigo dos homens
cornucópia
de mais
e mais
e mais


O MENINO, O POETA, A LUA
Para Angela Lins

O que pode um poeta
senão o gesto largo
o olhar desprendido
a partida precoce

O que responde o poeta
ao mirar a cisterna
descer as tarrafas
entrever o nome
e perseguir a imagem
(perdida, impossível)

O que perde o poeta
no rigor da recusa
no esquadro de aço
na palavra facetada

O que alcança o poeta
ao inverter o ponteiro
sopesar o mundo
esplender o vitral

O que resta ao poeta
sendo a falta
o susto
o salto
e sempre (sempre)
as meninas do Recife
as malhas da busca
o livro iluminado
o jardim suspenso

Pois na travessa insone
— deserto de mil sóis —
por entre flores incendiadas
e margens flutuantes
o menino beduíno

para trás volta seu rosto
— e ri (grave, travesso)
com seus olhos claros

Em suas mãos
o lírio arrancado
o pássaro benévolo
a lua próxima
e — por fim —
ante o retrato ainda vazio
o pedido dos homens:
a palavra em júbilo, o canto antigo
a maçã há tanto intocada.


CONCHA

Nem sempre a palavra comparece
e ser verte em poesia
: melancólica toada.
Por vezes, esconde-se silente
faz-se recôndita
— grave —
guardadora de sustos
e mundos.

Nem sempre a palavra nos habita
em seu frêmito irrequieto
: incontido.
Por vezes, ancestral, vela seu sono
em torres de sal-luas-areia
e ali mesmo se confunde
— e se refaz —
naquele abraço vibrátil de mar.

Nem sempre a palavra pode ser dita
mas — de todo modo — inscreve-se
e impossível (imemorial)
rasura seu grifo
em sua pele de pedra
em seu mamilo de flor.



*
VEJA e LEIA outros poetas do DISTRITO FEDERAL (Brasília) em nosso Portal:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/distrito_federal/distrito_federal.html

Página publicada em outubro de 2024


 

 

 
 
 
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